Monday, October 16, 2006

Em defesa da Linhagem.

Jean-Honoré Fragonard. (Retracto de François-Henri, duque de Harcourt, c 1769)

A nossa ultima “reflexão” jacente no “post” anterior suscitou, como não poderia deixar de suceder, veemente discordância entre os frequentadores deste espaço, com tal contávamos, contra tal nos insurgimos.
Antes de mais, seria próprio de ignorantes negar a existência de figuras da maior relevância que emergiram na história sem que lhes seja conhecida ascendência que importe, acresce contudo que negar o contrario seria próprio de cegos.
Infelizmente para aqueles que possam apreciar polémicas curtas, algo que certamente não sucede com quem teve a amabilidade de nos “provocar”, a reflexão por nos aduzida no ultimo texto pretende contornar, em parte, os princípios históricos que enunciamos e buscar algo de mais profundo.
Há muitas formas de alcançar a imortalidade, a mais visível é sem duvida a “d’aqueles que por obras valorosas se vão da lei da morte libertando” como dizia Camões; não o contestamos, seria aliás ocioso discorrer mais sobre tal assunto.
Existe contudo outra forma de imortalidade mais subtil mas não menos importante, a imortalidade que todo o Homem busca quando vê na morte dos pais uma passagem de testemunho e no nascimento dos seus filhos uma esperança!
Foi a essa imortalidade que nos referimos, a imortalidade que todos os Homens de todas as Casas constróem quando procuram sem descanso munir os seus herdeiros de uma certa visão axiologica do Mundo, a mesma visão que lhe foi revelada pelos pais e que estes por sua vez já tinham recebido dos seus progenitores. Tal visão é a base de qualquer sociedade é o cimento agregador sobre o qual assentam os grandes da Terra, que os nossos caros amigos tanto apreciam.
É por fim semelhante visão, enraizada no passado e projectada no futuro, recriada a cada geração mas preservada na essência que nos permite afirmar que na linhagem de um Homem reside uma partícula do eterno.

Sunday, October 01, 2006

Reflexões...


A imortalidade do Homem não reside na sua própria pessoa mas sim na sua linhagem.

Através dos seus avos, profundamente mergulhara a sua memória e no passado longínquo encontrará as suas raízes.

Nos seus filhos preservara a força criadora da sua vontade, ao longo das eras do Mundo, desbravando as brumas do futuro até ao fim dos tempos...

Monday, June 19, 2006

O Despontar de uma Era.

O mundo esta a mudar a uma velocidade alucinante, é bom que o compreendamos, caso contrario, ele encarregar-se à de o fazer, certamente de uma forma desagradável.

O que foi, não mais será; o certo de outrora é o incerto de hoje.
Toda a Ásia se anima num afã de crescer e construir, da Malásia à China e da Índia a Singapura os sinais são claros e visíveis para todos, mais, entram pela porta adentro quais aríetes civilizacionais! Por pouco tempo mais, gozaram os estados Europeus e norte-americanos dos privilégios de grande potência, que põe e dispõe a bel-prazer, ademais na Índia e na China, para nossa desventura, já há muito que tal findou...
A balança, sempre instável, da geo-política começa, lentamente, a construir um novo equilíbrio.
È todo um mundo incontornavelmente multi-polar que emerge, actores antes arredados do concerto das nações, afirmam-se hoje, sem lugar para duvidas, é necessário entende-los, nas suas ambições e nos seus anseios, ai estará parte da chave da continuidade dos estados Ocidentais, enquanto grandes da Terra.

Para os cépticos a presente crise Iraniana oferece-se como paradigma, um estado oriental supostamente subdesenvolvido, esmagado pelo peso de um tirania de Ayatollah’s fundamentalistas, dá-se ao luxo de alimentar uma crise com as potências Ocidentais, crise esse que tem como objecto, nada mais que o domínio de tecnologia nuclear! certo é que não o faz sozinho, mas sim com o apoio, mais ou menos, velado da Rússia e da China mas tal, mais que tranquilizar-nos, deve-nos preocupar sobejamente, é a prova inolvidável que novos equilíbrios podem e são construídos, equilíbrios que prescindem bem dos estados costumeiros...
Lentamente as portas da Ásia começam-se a fechar-se para aqueles que a olham de oeste, se é verdade que novas oportunidades surgiram neste ambiente, os velhos hábitos terão que ser abandonados, a Índia e a China afirmam-se como os grandes protagonistas desta nova realidade, mas pode-se bem juntar a este duo, o Irão, com tudo o que isso acarreta, para tal muito influirá o desfecho da presente crise Iraquiana onde o Irão mantém uma discreta mas primordial posição, recordem-se todos, que os períodos de grandeza do império Persa, presente desde a remota antiguidade ainda que sobre roupagens diferentes, coincidiu sempre com o domínio da Mesopotânia, algo que não desagradaria de todo à actual maioria Xiita que se agita nas conturbadas águas da política Iraquiana, acicatada como esta por décadas de domino Sunita.

Quando umas portas se fecham, outras tem que se procurar abrir, urge olhar de novo para África, mas mesmo ai o tempo escasseia e joga contra nos, só um cego não vê que Angola, por exemplo, há muito passou a ocupar um lugar especial nas prioridades da diplomacia do Império do Meio, por todos os lados correm rumores de que neste país, no espaço de uma breve década, Pequim tenciona colocar um milhão dos seus nacionais!
A tudo isto acresce, ainda, as extraordinárias mudanças que ocorrem por toda a América Latina, onde o Brasil é expoente máximo, país que por sinal tem assinado um protocolo de especial cooperação com a China.
A tão propalada globalização desencadeou um processo de mudança impossível de parar, é necessário saber reagir e acautelar o futuro, pois que ninguém julgue que o destino se compadecerá com os imprevidentes e acomodados.

Rumo ao desconhecido.

Começa hoje e desta forma a minha inscurção pela blogesfera.
Depois de muita hesitação decidi-me, a ver vamos no que dá...

O texto que se segue e que verdadeiramente inaugurara este blog pretende ser, apenas, um apanhado geral de um tema muito complexo, a ele seguramente voltarei, entretanto o autor tem a modesta ambição que se venha a gerar algum debate na caixa de comentários, que ninguém se iniba, este bolg é, em boa parte, pensado para tal.